Sabe o que significa templates de camisas de futebol? A palavra template traduzido para o português é equivalente a modelo, gabarito de algo. No meio da moda esportiva, entretanto, ela diz sobre a ‘’identidade visual’’ dos uniformes de futebol que os fornecedores impõem aos seus patrocinados. Resumindo, é a estrutura geral do design escolhido.
Ou seja, o desenho base das camisas de futebol são as mesmas, onde as marcas propõem as equipes e seleções as adaptações mais convenientes de acordo com o uniforme.
Todavia, as fornecedoras criam templates de camisas de futebol mais elaborados a cada duas temporadas, visando os principais campeonatos de seleções (Copa do Mundo e Eurocopa). Esse tipo de padronização dos modelos de camisas de futebol se iniciou em meados dos anos 90, onde a competitividade entre as grandes marcas se acirrou ainda mais.
Dessa forma, elencaremos os templates de camisas de futebol mais marcantes – e por que não bacanas – que já foram desenvolvidos pelas principais fornecedoras de material esportivo.
Templates de camisas de futebol marcantes: Nike (2002)
Em sua segunda copa do mundo fornecendo materiais para seleções, a empresa norte-americana chegou para o Mundial da Ásia. Entretanto, com novidades bastante polêmicas.
A primeira ocorreu pelo sistema de telas aplicado na camisa. Na versão ‘’jogador’’, a peça possuía uma segunda camada por dentro, que seria responsável por eliminar mais facilmente o suor dos atletas, tecnologia chamada de ‘’Cool Motion’’ pela empresa. A dificuldade em vestir a peça era tanta que o volante brasileiro Edmílson gerou um meme (na época em que isso sequer existia) na final contra a Alemanha. Após ter sua camiseta rasgada pelo adversário, o jogador precisou trocar a camisa, se enrolando todo para vesti-la, fato que fez com que até o sério juiz Pierluigi Colina fosse a gargalhada.
Fortes críticas
Além disso, a segunda polêmica foi por conta do template escolhido, com designs triangulares próximos as golas e nas laterais frontais, que desciam perpendicularmente até o fim da barriga. A área mais próximo a barra era todo em tela. Imagina-se que esse template foi inspirado nos origamis, estilo artístico bastante popular na cultura oriental.
Outra crítica forte ocorreu por conta da padronização das camisas, onde os uniformes eram todos muito parecidos. Em suma, as mudanças basicamente eram em relação as cores utilizadas.
Quando a Nike apresentou a versão canarinha, houve muita gente que torceu o nariz. Como resultado, a mídia da época pegou muito no pé por conta do tom do amarelo e o abuso da cor verde empregada a peça. A manchete de lançamento da camisa pela Folha de São Paulo anunciava: ‘’Nike pôe verde na camisa do Brasil’’. Embora tradicionalmente aplicada apenas na gola e mangas, essa cor agora estava nas faixas triangulares da camisa.
Além disso, o preço foi outro ponto bastante comentado, pois o reajuste em relação à copa anterior foi bem considerável, sendo vendida a R$110,00 na versão torcedor (sem a dupla camada) e R$198,00 na versão jogador. Entretanto, em 98, as peças originais da Nike foram vendidas na casa dos 55 reais.
Em conclusão a esse template Nike, citamos as cinco mais belas camisetas desenvolvidas para aquele mundial entre os patrocinados da Nike (em nossa humildade opinião, é claro): Brasil (home), Estados Unidos (home e away), Bélgica (home) e Nigéria (home).
Adidas (2014)
Para a copa do mundo disputada no Brasil, a alemã Adidas trazia um template simples, como de praxe. Com as famosas três faixas no ombro, havia uma ‘’interrupção’’ na altura do bíceps por uma tarja em tela. Além disso, tipografia foi a mesma para todas as seleções. Fina, ela possuía áreas de sombra, formando um interessante efeito 3D.
Após a polêmica tecnologia TechFit PowerWeb utilizada nas versões ‘’jogador’’ em 2010, que consistia em tecidos muito justos e com tecnologias inspiradas em roupas de natação que criavam uma espécie de ‘’X’’ nas costas da camisa, a versão player para a copa seguinte foram mais conservadoras, embora simples. Feitas com materiais extremamente leves, o tecido era bastante fino e flexível. Os patchs e emblemas eram em silk, diferentemente da versão mais básica, bordados.
O template também ostentava uma estreita faixa (também em telas) nas laterais para ventilação da peça. Além disso, esse design rendeu diversos uniformes interessantes para a ‘’copa de todas as copas’’, como a Alemanha (home e away; sim, a versão do 7×1 era espetacular, temos que confessar), Rússia (home e away), Argentina (Away) e Espanha (home).
Por fim, o preço das camisas eram: R$199,00 (versão torcedor) e R$329,00 (versão jogador) na época.
Templates de camisas de futebol marcantes: Puma (2006)
A copa de 2006 foi um ‘’turning point’’ para a fabricante alemã. Antes focada em seleções africanas e federações médias da Europa, a Puma trazia para a copa da Alemanha uma seleção da primeira prateleira: a italiana.
A estrutura básica das camisas de futebol feitas pela marca era relativamente simples. Uma tarja em forma de ‘’U’’ invertido ficava na área superior das costas. A tipografia era no estilo itálico, com um contorno a direita separado da letra/número.
Algumas seleções tinham desenhos com referência ao país em marca d’água estampada diretamente no tecido, criando um efeito bacana.
Aliando o interessante template escolhido com o título da Azzurra, a Puma se aproximou mais da Nike e a Adidas entre as marcas mais celebradas desse meio. Dessa forma, a empresa cresceu exponencialmente no futebol mundial.
Destacamos os belos uniformes feitos pela empresa naquele mundial: Juntamente com a Itália home, Paraguai (away), República Tcheca (away) e Costa do Marfim (home).
Templates de camisas de futebol marcantes: Umbro (1994)
A copa de mundo de 1994 marcava o auge dos templates de camisas de futebol espalhafatosos. Cores vibrantes, grafismos exagerados e peças excessivamente largas faziam parte do fardamento das equipes no mundial disputados nos Estados Unidos.
Entretanto, a fornecedora inglesa contava com apenas quatro seleções, todas elas pertencentes a América Latina. São elas: Bolívia, Brasil, Colômbia e México.
A Umbro utilizou bastante marca d’água com pouca opacidade estampadas nas camisas, o que deixou-as com bastante ”informação”. Comenta-se muito sobre os três escudos da CBF nesse estilo na camisa titular, estilo que agradou a alguns e desagradou tantos outros. Entretanto, fato é que com esse template a seleção se tornou tetra, e o estilo do manto canarinho se tornou um mero detalhe.
Ainda dentro desse template de camisa de futebol, as outras seleções receberam uniformes interessantes, como por exemplo a colombiana, que possuía as cores vibrantes de sua bandeira em suas combinações diferentes. Bolívia e México receberam camisetas titulares bem bacanas, onde podemos destacar a bela versão da seleção Azteca, contendo grafismos em tons mais escuros de verde. Esse modelo que foi inspiração para o uniforme de 1998, porém já com outra fornecedora, que continha desenhos dos povos originários do país.
Além da citada versão titular boliviana e mexicana, esse template de camisa de futebol também trouxe os belos uniformes da Colômbia e Brasil (away).
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